Descubra medidas pró-familiares em Portugal, vantagens para trabalhadores e empresas na conciliação trabalho-família e como alcançar um equilíbrio saudável. Venha saber como!
A sociedade tem vindo a mudar a um ritmo alucinante, o que tem implicações no dia-a-dia de cada um de nós. A pressão para sermos bons em todos os papéis que assumimos na vida é enorme, e a gestão dessas diferentes áreas nem sempre é fácil.
Vivemos numa sociedade que valoriza e exige a excelência e o sucesso em todas as áreas da vida, seja no trabalho, na família, nos relacionamentos ou até mesmo nas atividades de lazer. Essa expectativa constante de um desempenho impecável pode ser opressiva e gerar um peso emocional significativo.
Desde cedo, somos ensinados a acreditar que é nosso dever ser bem-sucedidos em todos os aspetos da vida. “Devemos” ser excelentes alunos, “devemos” ter uma carreira de destaque, “devemos” ter um relacionamento perfeito, cuidar da nossa saúde física e mental, ser bons amigos, pais e filhos, entre tantos outros papéis que desempenhamos ao longo da vida. É esperada a perfeição em todas essas áreas, o que nos leva a sentir uma esmagadora pressão para corresponder a todas essas expectativas.
No entanto, é importante lembrar que somos apenas seres humanos e não máquinas automatizadas para atingir o impossível num curto espaço de tempo. É humanamente impossível corresponder a todas as expetativas exteriores em várias áreas ao mesmo tempo. É normal cometer erros, enfrentar dificuldades e passar por momentos de instabilidade em determinadas áreas da vida. Faz parte do nosso crescimento, do nosso caminho de vida e do nosso desenvolvimento pessoal.
É fundamental compreender que a pressão para sermos bons em todos os papéis é uma construção social e nem sempre reflete a realidade. Muitas vezes, a imagem de perfeição que vemos nos outros é apenas isso, uma imagem, e por detrás dela podem existir lutas, dificuldades e desafios que não são visíveis.
É importante estabelecer prioridades e definir expetativas realistas para nós mesmos. Reconhecer que é perfeitamente normal ter altos e baixos em diferentes áreas da vida. Aprender a valorizar os pontos fortes e conquistas, em vez de nos concentrarmos apenas nas falhas.
Além disso, devemos procurar apoio emocional quando necessário. Conversar com pessoas de confiança, amigos ou familiares, que possam partilhar as suas próprias experiências e oferecer apoio. Procurar ajuda profissional, como terapia, também pode ser benéfico para lidar com a pressão e desenvolver estratégias saudáveis para a gestão da nossa vida.
Quando se trata da conciliação entre trabalho e família, duas das dimensões mais relevantes na vida de qualquer ser humano, a situação complica-se pela dificuldade em equilibrar as exigências profissionais com todas as tarefas familiares. Assim, a preocupação é ainda maior em casos em que existem filhos, devido às implicações que uma gestão desadequada pode trazer a qualquer um destes domínios.
Continua a ser pouco clara a melhor forma de conciliar essas dimensões sem prejudicar uma ou outra, mas existem várias razões para isso: muitas vezes as pessoas desconhecem a legislação em vigor que apoia boas práticas de conciliação entre vida profissional e familiar; há ainda uma resistência sentida nas empresas para a implementação de medidas promotoras desse equilíbrio; receio de críticas ou represálias por parte das chefias e colegas de trabalho, perda de oportunidades de carreira ou até mesmo perda do próprio emprego.
Além disso, muitas vezes os trabalhadores receiam recorrer a medidas pró-familiares, pois isso pode ser visto como sinal de priorização da família em detrimento do trabalho e, por isso, associado à falta de ambição.
Portugal tem procurado apostar no desenvolvimento e implementação de medidas pró-familiares que incentivam a conciliação da vida profissional com a vida familiar e promovem a justiça e coesão social. Recentemente, o governo português anunciou um conjunto de 33 medidas que pretendem favorecer uma melhor articulação entre as exigências profissionais e os encargos da vida familiar. Assim, é importante estar informado e perceber como essas medidas podem ser aplicadas e qual é o papel das empresas e dos trabalhadores em todo esse processo.
Dentro dessas medidas, destacam-se as seguintes:
– Criação de serviços de acolhimento de crianças;
– Criação de serviços de prestação de cuidados a idosos;
– Licenças para pais e mães trabalhadores;
– Incentivo à maior participação do pai na vida familiar;
– Flexibilização da organização do trabalho.
Existem vantagens tanto para os trabalhadores como para as empresas na conciliação entre trabalho e família, e é possível perceber de forma clara e evidente os benefícios da implementação dessas medidas nos contextos profissionais:
Para os Trabalhadores:
1. Melhoria do desempenho profissional e da produtividade;
2. Facilitação da gestão do tempo e estabelecimento de prioridades.
Para as Empresas:
1. Aumento dos níveis de produtividade;
2. Maior dedicação e comprometimento por parte dos trabalhadores com o seu trabalho e com a empresa;
3. Valorização da imagem das empresas.
Todas as medidas referidas de flexibilização em torno da dimensão profissional, como os serviços de apoio à vida, as licenças e medidas de apoio à parentalidade, devem ser consideradas como uma aposta efetiva e fundamental por parte das empresas em medidas de promoção da conciliação da vida profissional, pessoal e familiar. Lembre-se de que a vida é um processo de aprendizagem contínuo e em constante crescimento.
Nunca estamos no mesmo lugar, embora possa parecer. Foque-se no seu bem-estar, cultive e nutra todas as suas paixões, áreas, pessoas e projetos que lhe são mais importantes. Celebre as conquistas e aprenda com os desafios que encontrar pelo caminho.
A verdadeira realização está em encontrar um equilíbrio saudável e genuíno que reflita quem você é e aquilo que valoriza.